quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Entre gatos, alianças e medos...


Esse era ou podia ser um texto resumindo como foi meu ano, com os desejos e expectativas pra 2014 mas não é.
Eu poderia escrever sobre amor, sobre dor, sobre as paixões instântaneas e pouca duradouras, poderia brincar de Carrie Bradshaw ou whatever, mas não é o que quero.
Experimentei um ano de uma tranquilidade incrível (um ano mais haha)!

Desde que vivo aqui no Uruguay tenho vido um processo de amadurecimento. Tenho transitado entre meus demônios: minha solidão, minha relação com a minha sexualidade e a minha família, meus bloqueios artísticos, a minha falta de orientação, e sobretudo meu medo, medo de me perder de mim mesmo!
Mas que porra é essa de perder-se de si mesmo?
Tanta gente falando sobre isso, a sociedade que te pressiona "seja você mesmo", mas ninguém explica como isso funciona! E justo eu, super pragmático me confundo com tudo isso! Porque se supõe que todos devemos saber quem somos, de onde viemos, pra onde vamos, qual o próximo passo a seguir... E se eu não tenho todas essas respostas, são tantas perguntas! E se eu NÃO me importo com essas perguntas, e muito menos com as respostas?Sou um desajustado?
Tá ok, admito que eu me importo um pouco com isso haha
Mas acho que é muito mais porque gosto de ter meus momentos sozinho do que por ter vontade de ser igual à todos os demais. Que fique claro que eu também não busco ser diferente, também não procuro ser "eu mesmo", acho que pelo simples fato de respirar eu já sou! (Live and Let Live!).
Quem me conhece sabe que o meu livro favorito é Alice no País das Maravilhas e lógicamente o filme da Disney também é do meu agrado. Há uma cena em especial nesse filme em que a protagonista tem o seu primeiro encontro com o gato de Cheshire e tem uma conversa bastante interessante:

"Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?"
"Depende bastante de para onde quer ir", respondeu o Gato.
"Não me importa muito para onde", disse Alice.

"Então não importa que caminho tome", disse o Gato

Acho que essa cena sempre definiu a minha vida. Ou pelo menos definia até pouco tempo atrás. Só que chegou o momento em que eu decidi por um caminho: estou num relacionamento há um tempo bastante considerável, estou novio e breve iremos casar. Ufa! Quanta informação não? Quantas mudanças?Será?
E aí entra o meu medo! Vivendo essa vida à 2, eu estarei renunciando a minha individualidade? Eu já não estou fazendo isso? Até que ponto deixo/ vou deixar de lado a "minha vida" para dar prioridade à "nossa"? Aliás, esse não é o medo novo! Acho que sempre tive esse medo (isso explica praticamente todas as minhas relações anteriores).
E ao mesmo tempo que eu tenho todas essas dúvidas, eu tenho todas as certezas sobre nós! O que me faz acreditar mais ainda que dessa vez realmente é amor. Porque é a primeira vez que eu deixo de ser um fdp e coloco "nossas prioridades e expectativas" na frente das minhas. E por mais que rolem minhas dúvidas pessoais, isso não me afeta de maneira negativa, pelo menos não como antes. Mas acho que isso vai também da pessoa que eu estou agora. Me ajudou a fobia de "pertencer" a alguém. 

Aos poucos vou descobrindo que podemos fazer um caminho juntos, sem privar-nos de nossas individualidades. Sabemos da bagagem que trazemos, do que estamos vivendo agora e do que queremos para o "nosso" futuro. Mas saber não é e nunca vai ser o bastante, temos que construir o que queremos juntos, lado a lado! 
Enfim afinal, isso foi um resumo de 2013 e o que espero pro ano que vem! hahaha
Eu sou assim mesmo, como diz uma música da Pitty:

"Não conheço o que existe entre o 8 e o 80"

Mas eu tô no caminho de tentar. E se eu cair, eu levanto e tento de novo. E de novo, e de novo!