segunda-feira, 14 de março de 2011

TAS - Transtorno Afetivo Sazonal /(SAD) TAE/

Rosenthal et al., pioneiros no estudo do TAS, o descreveram como "uma crise de energia".O TAS é descrito pelos episódios afetivos recorrentes em relação temporal com um período particular do ano, tende a se agregar em famílias e é herdável, como evidenciado por estudos com gêmeos.A maioria dos pacientes de TAS experimenta sintomas atípicos, incluindo necessidade maior de sono, fissura por carboidratos, aumento de apetite e peso, e fadiga extrema. O oposto não é verdadeiro, somente 10% dos pacientes com depressão atípica têm um padrão sazonal, mas, ainda que a relação entre depressão atípica e depressão sazonal seja muito estreita, um pequeno ensaio clínico com fototerapia na depressão atípica não teve efeito significativo.

Incidências maiores de TAS são relatadas em latitudes em que existem significativas reduções nas horas de sol nos períodos do outono/inverno. Por exemplo, a incidência de TAS em latitudes de 45-50º ou mais altas é acima de 10%, comparada com latitudes menores que 30º, onde a incidência é em torno de 1%.42 Como na depressão atípica, entre aqueles que têm TAS, 60% a 90% são mulheres, ocorrendo mais frequentemente entre pessoas jovens, começando, em geral, quando a pessoa tem entre 20 e 30 anos.Muitos dos sintomas da depressão de inverno (e.g. hipersonia e hiperfagia) são sabidamente regulados pela serotonina (5-HT) do hipotálamo. Dessa forma, pacientes com TAS são considerados como anormalmente vulneráveis à diminuição da 5-HT do hipotálamo, que normalmente ocorre durante o inverno.

Existe uma forma de transtorno afetivo sazonal na qual os pacientes se deprimem periodicamente no verão.Em alguns aspectos, os sintomas comportamentais da depressão do verão tendem a ser opostos aos da depressão de inverno. Por exemplo, os indivíduos podem dormir menos e perder peso quando estão deprimidos no verão. Além disso, há alguma evidência de que o calor induza à depressão de verão, muito importante nesta época de aquecimento global e em alguns países tropicais. No entanto, a depressão de verão recorrente em áreas tropicais e suas possíveis causas foram estudadas de forma muito menos extensa do que a depressão de inverno.

A etiologia e a fisiopatologia do TAS não estão totalmente compreendidas ainda, embora existam hipóteses que relacionam a condição ao período de luz solar, alterações no ciclo circadiano e, subseqüentemente, à secreção de melatonina. A glândula pineal responde à escuridão secretando melatonina, que reconfigura o relógio cerebral central e ajuda o ciclo luz/escuridão a reconfigurar o ciclo de sono/vigília e outros ritmos diários. O marca-passo circadiano regula as alterações sazonais no comportamento por meio da transmissão de um sinal sobre a duração do dia às outras partes do organismo.O sinal é expresso igualmente no período da secreção noturna da melatonina, que é mais longa no inverno que no verão. A extensão da secreção noturna da melatonina é programada por processos que ocorrem nas células do núcleo supraquiasmático (NSC) do hipotálamo. À medida que a extensão da noite se altera, o NSC faz ajustes no período de secreção da melatonina, de forma que se torne mais longo no inverno e mais curto no verão. Os receptores de melatonina no hipotálamo e na pituitária posteriores medeiam a maioria dessas respostas.49 Lewy et al. encontraram associações entre os índices de depressão e o período circadiano. Eles revelaram uma janela terapêutica para a configuração mais favorável dos ritmos circadianos e como esses ritmos podem ser reconfigurados pela administração de suplementos de melatonina no período correto do dia.

Sugeriu-se que os efeitos sazonais no humor e no comportamento (sazonalidade) estão relacionados às alterações nas funções serotonérgicas e no eixo HPA.Um estudo controlado com placebo das respostas hormonais após a administração do agente liberador de serotonina fenfluramina encontrou que pacientes com TAS de inverno possuíam respostas mais fracas de cortisol e prolactina do que pessoas saudáveis.Os níveis de cortisol basal foram significativamente mais altos no grupo com depressão na Primavera/Outono do que no grupo Inverno/Verão. O grupo Primavera/Verão e o grupo Inverno/Verão podem representar diferentes tipos de depressão maior.



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